Tribuna Livre: alunos de Medicina alertam sobre riscos da hipertensão

por Mateus Pires publicado 27/05/2025 18h05, última modificação 27/05/2025 18h03
Pedro Henrique Góis de Oliveira e Lucas Rodrigues da Cunha Pereira também abordaram sobre como evitar a doença e as formas de tratamento
Tribuna Livre: alunos de Medicina alertam sobre riscos da hipertensão

Pedro e Lucas explicaram sobre hipertensão

A Tribuna Livre da Reunião Plenária do último dia 15 contou a participação dos estudantes de Medicina Pedro Henrique Góis de Oliveira e Lucas Rodrigues da Cunha Pereira. Eles falaram sobre hipertensão arterial sistêmica e explicaram sobre a doença, seus riscos, fatores que levam ao seu desenvolvimento e como tratar.

Pedro alertou que mesmo a hipertensão sendo uma condição preocupante para a saúde, muitas pessoas não dão a devida atenção ao tema. “É um assunto muito subestimado pela população, sendo que é uma das causas das doenças fatais e graves mais importantes de todo o mundo. [...] Muitas das pessoas que hoje vocês já ouviram falar que sofreram algum ataque cardíaco ou morreram por algum motivo cardíaco, provavelmente tiveram alguma hipertensão arterial sistêmica não tratada, ou então chegaram a uma longa idade devido ao tratamento”, destacou.

Utilizando-se de uma linguagem simples para facilitar a compreensão do público, Pedro explicou como ocorre a hipertensão no interior do corpo humano.

“Imagina que essa artéria é um cano e que esse cano aguenta até certa pressão, que é até 140 por 90. Porém, em algumas pessoas, acaba que esse sangue da sístole sai com uma pressão muito maior: 180, 190, 200. E isso faz com que aquele sangue que tem toda a resistência para suportar até 140 por 90 não consiga suportar, a longo prazo, tanta pressão. Por isso que é muito importante o controle da pressão arterial sistêmica assim que descoberta, porque cada minuto que você deixa o seu coração bater com a pressão elevada, é um dano que é causado ao seu coração”.

O estudante também citou os fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão: idade, sexo, histórico familiar, sobrepeso, excesso de sal na alimentação, sedentarismo, álcool, cigarro, estresse e determinadas doenças prévias.

Diagnóstico

Segundo Pedro, o diagnóstico é feito a partir de uma sequência de aferições da pressão. “Em pelo menos duas consultas médicas, onde a sua pressão arterial estará acima do valor 140 na parte sistólica e 90 na parte diastólica, [...] em repouso, sentado com ambos os pés apoiados no chão, braços apoiados na altura do coração, bexiga vazia e sem ter fumado nos últimos 30 minutos”, explicou.

Ele também lembrou que, para o processo de diagnóstico, o paciente também precisa elaborar a Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (Mapa) ou a Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA).

Novo ideal

O futuro médico destacou que, neste ano, os valores de referência da pressão arterial foram alterados, sendo que a conhecida condição 12x8 não é mais considerada a ideal. “Foram feitos diversos estudos e agora o nosso objetivo é manter a pressão da população abaixo de 120x80”.

O estudante Lucas detalhou sobre as formas de tratamento, que varia de acordo com o estágio da hipertensão. Na escala inicial, a mudança de hábitos, como não consumir bebidas alcóolicas, praticar atividades físicas e ter uma alimentação saudável, pode surtir efeitos. Mas, em casos mais avançados, é necessária a utilização de medicamentos. Ele também frisou que o tratamento é contínuo e não deve ser abandonado pelo paciente mesmo quando a pressão estiver controlada.

Sintomas e perigos

Lucas ressaltou que a hipertensão, em muitos casos, não provoca sintomas no paciente. Ainda assim, há pessoas que têm sinais de que a pressão pode estar elevada. “Nem todo mundo vai apresentar os sintomas, e a gente fala que a pessoa é assintomática. Aí, no futuro, ela já vai desenvolver as complicações. [...] Mas quando elas tiverem os sintomas, [...] vão ter uma visão turva, [...] dor de cabeça, a pessoa vai ficar tonta, vai ter uma falta de ar e, além do mais, vai apresentar dor no peito”.

Segundo o estudante, a hipertensão sem tratamento pode levar a pessoa a situações graves de saúde, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, além de problemas na visão.

Após a explanação dos estudantes, os parlamentares agradeceram a explicação, os parabenizaram e tiraram dúvidas sobre o assunto. Eles também ressaltaram sobre a importância de o tema ser abordado de forma pública para que as pessoas tenham consciência sobre a necessidade de controlar a pressão arterial para uma boa qualidade de vida. 

Colegas de turma de Pedro e Lucas também estiveram presentes no Plenário e aferiram a pressão das pessoas interessadas.

O vídeo da Reunião Plenária de 15 de maio está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.

Tribuna Livre

A Tribuna Livre é um espaço destinado à população durante a Reunião Plenária. A participação acontece mediante inscrição prévia, via formulário eletrônico. Informações: (31) 3819-3250.

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